Poetas são como bruxos,
Não morrem, só renascem
Dia após dia das cinzas das palavras.
16.4.09
14.4.09
Poesia dá vida!
Poesia é um louvor choroso à vida
Um fechar de olhos úmidos
Na madrugada célere e insone...
Poesias são pontes entre abismos,
Asas nas quais descanso das angústias humanas
Ou nelas mergulho...
Poetas são seres alados,
Sem correntes nos pés
E sossego na alma.
Caminham sem se importar
Com a demora da estrada
Ou com a largura de seus pés imundos,
Fincados na poeira que sobe atrás de si.
Poetas, anjos decaídos,
Deitam a ampulheta da Vida
E com o sorriso daqueles que se sabem eternos,
Tornam-se donos de todo o Tempo...
Um fechar de olhos úmidos
Na madrugada célere e insone...
Poesias são pontes entre abismos,
Asas nas quais descanso das angústias humanas
Ou nelas mergulho...
Poetas são seres alados,
Sem correntes nos pés
E sossego na alma.
Caminham sem se importar
Com a demora da estrada
Ou com a largura de seus pés imundos,
Fincados na poeira que sobe atrás de si.
Poetas, anjos decaídos,
Deitam a ampulheta da Vida
E com o sorriso daqueles que se sabem eternos,
Tornam-se donos de todo o Tempo...
9.4.09
Outono
Minha vida é um imenso outono
Em que venho desfolhando há séculos
Olho para o chão
E vejo minhas próprias folhas amareladas
Sob meus pés...
Instantes de mim descolados
Voltam à terra num semear todo estéril.
Passos entre vírgulas,
Palavras entre pausas,
E a eloquência mansa do silêncio.
O outono é um florir ao contrário...
Em que venho desfolhando há séculos
Olho para o chão
E vejo minhas próprias folhas amareladas
Sob meus pés...
Instantes de mim descolados
Voltam à terra num semear todo estéril.
Passos entre vírgulas,
Palavras entre pausas,
E a eloquência mansa do silêncio.
O outono é um florir ao contrário...
5.4.09
Madrugada de poeta...
Um samba chorado
Escorre em cores
Pela face gélida da madrugada
Arco-íris em notas líquidas
E parindo-se no horizonte
Um deus todo quente...
Escorre em cores
Pela face gélida da madrugada
Arco-íris em notas líquidas
E parindo-se no horizonte
Um deus todo quente...
31.3.09
Ausências
De ausências em ausências,
Derretem o tempo e a demora.
Uma vida de silêncios e pétalas caindo,
Como um longo e interminável outono.
Desfolha, desnuda, desmente...
Derretem o tempo e a demora.
Uma vida de silêncios e pétalas caindo,
Como um longo e interminável outono.
Desfolha, desnuda, desmente...
Destino
O silêncio preenche meu relógio que já não existe.
A madrugada gira em minh'alma como ponteiros sombrios.
Um par de olhos profundos e seculares
Atravessa minha essência
E não fujo...
Adormece alma minha,
Desperta no futuro,
Pula o presente como amarelinha da infância
Feita de giz
Passageira, frágil e temporária
Como a vida.
Vejo-me às avessas,
Com coração do lado de fora.
Quase posso tocá-lo e sentir seu pulsar aflito
Entre minhas mãos!
O que será o Destino?
Ah, quisera eu ele não existisse!
Minha vida seria um lago sereno,
Coração do lado de dentro,
Silêncio, Solidão e Abandono.
Sem o Destino talvez eu fosse feliz...
A madrugada gira em minh'alma como ponteiros sombrios.
Um par de olhos profundos e seculares
Atravessa minha essência
E não fujo...
Adormece alma minha,
Desperta no futuro,
Pula o presente como amarelinha da infância
Feita de giz
Passageira, frágil e temporária
Como a vida.
Vejo-me às avessas,
Com coração do lado de fora.
Quase posso tocá-lo e sentir seu pulsar aflito
Entre minhas mãos!
O que será o Destino?
Ah, quisera eu ele não existisse!
Minha vida seria um lago sereno,
Coração do lado de dentro,
Silêncio, Solidão e Abandono.
Sem o Destino talvez eu fosse feliz...
Febre
Sinto-me invadida por uma febre de não pensar
De pousar a pena para sempre
E cerrar os lábios para nunca mais...
O silêncio me conforta
Sobretudo o da mente...
Já a palavra
Atormenta-me o cotidiano
Pelo simples fato de existirem
Ambos.
Sinto-me invadida por uma febre de não pensar
E por uma urgência de não sentir...
De pousar a pena para sempre
E cerrar os lábios para nunca mais...
O silêncio me conforta
Sobretudo o da mente...
Já a palavra
Atormenta-me o cotidiano
Pelo simples fato de existirem
Ambos.
Sinto-me invadida por uma febre de não pensar
E por uma urgência de não sentir...
9.3.09
Disparate!
A lágrima,
Larga como um Tejo,
Rola encosta abaixo.
Impossível deter o curso da água
Depois que a represa se rompe...
Já não posso mais encontrar-me
Nesta enxurrada de palavras
Que chorei, gota a gota
Sobre este papel envelhecido!
Nada mais faz sentido!
Escrever sobre a importância de escrever...
Que utilidade há nisso?
Nenhuma.
Nem a poesia é para mim coisa que valha...
Invasão
A poesia invadiu meu quarto neste luar,
Grudou nas paredes feito piche,
Infestou o ar de suavidades,
Atacou cada um de meus sentidos.
Quase pude ler nas paredes,
Suas palavras impetuosas.
Quase toquei sua essência divina.
Aspirei com vontade seus perfumes.
Saboreei várias combinações e rimas
E desprezei todas por não gostar do tempero.
Creio que ouvi, declamados, sussurrados,
Alguns de seus versos.
Este torpor durou uma fração de qualquer coisa.
O suficiente para perder-me da vida
Eternamente...
14.2.09
ALÉM DA MURALHA
O silêncio é de morte,
E o vazio corta como navalha.
A vida deve estar noutro lugar.
A poesia despediu-se, partiu.
Foi para muito além de onde imagino...
Há uma muralha invisível
Entre o lápis e a folha
Deve ser isso.
Ou entre o coração e a mente...
Quem saberá?
Um século de lágrimas
Não fere mais que um dia sem inspiração...
E o vazio corta como navalha.
A vida deve estar noutro lugar.
A poesia despediu-se, partiu.
Foi para muito além de onde imagino...
Há uma muralha invisível
Entre o lápis e a folha
Deve ser isso.
Ou entre o coração e a mente...
Quem saberá?
Um século de lágrimas
Não fere mais que um dia sem inspiração...
Mínimo
De ser pesada já me basta a consciência,
De ser mudo já me basta o coração...
Quero a leveza, a palavra,
E alguma alegria.
De ser mudo já me basta o coração...
Quero a leveza, a palavra,
E alguma alegria.
18.12.08
De Mario Ferrari
Minha Mãe Terra, olha minhas mãos,
Unhas de giz, linhas do que és em mim.
Dá-me teu colo, sexo universal de mulher sagrada, deusa,
A vida cedida por tua infinita bondade,
A outra face de Deus.
Leva-me por todas as mães que me deste aqui,
Põe meu coração nos filhos que tive e terei.
Cede-me a força de tua face oculta,
O poder de ser teu instrumento, deusa da transformação.
Faz-me seguir pelo caminho e esperar pelo inevitável.
Quando fores morte liberta-me e acaricia meu destino.
Projeta tua luz em meu arbítrio e dirige minhas mãos
Até retornar ao imutável e nele me esquecer.
Unhas de giz, linhas do que és em mim.
Dá-me teu colo, sexo universal de mulher sagrada, deusa,
A vida cedida por tua infinita bondade,
A outra face de Deus.
Leva-me por todas as mães que me deste aqui,
Põe meu coração nos filhos que tive e terei.
Cede-me a força de tua face oculta,
O poder de ser teu instrumento, deusa da transformação.
Faz-me seguir pelo caminho e esperar pelo inevitável.
Quando fores morte liberta-me e acaricia meu destino.
Projeta tua luz em meu arbítrio e dirige minhas mãos
Até retornar ao imutável e nele me esquecer.
10.12.08
Poema de Mario Ferrari
Cai Paris abandonada em meu já traçado futuro.
Nas areias dos milênios, o Egito também vejo em ruínas.
Vagando ao acaso entre as tumbas dos que jazem remotos,
Eu, a diáfana imagem da semelhança,
Contemplo a mais efêmera das guerras.
Escombros de plástico nas desertas calçadas,
As últimas lágrimas, a ferrugem das máquinas,
A desesperada busca inútil na escória, o amor e a glória.
Tudo é pó.
Eu, Paris, o Egito e os fantasmas
A perambular na memória de novas e pretensiosas Alexandrias
Perdendo-se nas dunas do passado.
Nas areias dos milênios, o Egito também vejo em ruínas.
Vagando ao acaso entre as tumbas dos que jazem remotos,
Eu, a diáfana imagem da semelhança,
Contemplo a mais efêmera das guerras.
Escombros de plástico nas desertas calçadas,
As últimas lágrimas, a ferrugem das máquinas,
A desesperada busca inútil na escória, o amor e a glória.
Tudo é pó.
Eu, Paris, o Egito e os fantasmas
A perambular na memória de novas e pretensiosas Alexandrias
Perdendo-se nas dunas do passado.
8.12.08
Desejo de Inverno
Esta tarde de verão,
Pesa em meus ombros ardentemente.
Frases emergem do asfalto quase
Em chamas.
Delírio?
Mentes pensam em mim um infinito de letras.
As lágrimas choram meus olhos
No pranto convulso do garoto
de rua.
Que é esta pausa interminável,
Este espaço infinito e imprevisível
Entre um semáforo e outro?
Imenso desejo de inverno...
Pesa em meus ombros ardentemente.
Frases emergem do asfalto quase
Em chamas.
Delírio?
Mentes pensam em mim um infinito de letras.
As lágrimas choram meus olhos
No pranto convulso do garoto
de rua.
Que é esta pausa interminável,
Este espaço infinito e imprevisível
Entre um semáforo e outro?
Imenso desejo de inverno...
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