Neste entardecer quase em brasa
Fui tomada por um indesejável
Silêncio de línguas repousando,
Letras descansando sob a ponta do lápis
E pensamentos, que de tanto acalanto,
Adormeceram...
Na varanda,
Sem outra opção a não ser permanecer,
Deparo-me com intervalos, pausas, ausências.
Consumo-os com uma voracidade toda humana
De ser e estar em cada coisa.
E sinto no silêncio incômodo
Uma presença quase sagrada
Poesia me espreitando,
Inusitada, límpida, divina,
Por entre as cortinas entreabertas
E rimas que nunca uso.
Então observo...
Um andar vagaroso, quase próximo...
Uma procissão de letras em palavras descrentes
E de repente vejo
(Com olhos profundos por se saberem urgentes)
Um sorriso no canto do lápis...
3 comentários:
Ímpeto já era lindo...
Mas ímpeto II é maravilhoso!
As metáforas tem vida própria.
"E de repente vejo
(Com olhos profundos por se saberem urgentes)
Um sorriso no canto do lápis..."
é um achado de poesia!
Minha taurina teimosa é uma poeta e tanto!
Um grande beijo
Mario
O poema, enquanto acontece, conta sua própria história!
Delicioso!
Precisava dizer mais isso. rssss
Beijo
Mario
Eita Marião! Valeu pelas palavras...resolvi colocar no no Coração Zagreu...rs
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